Skip to content Skip to footer

Exopulse Mollii Suit

Mulher caminhando antes e depois do uso da Exopulse Mollii Suit para reabilitação neurológica

Exopulse Mollii Suit: Inovação no Controle da Espasticidade em Distúrbios Neurológicos


O que é a Exopulse Mollii Suit?

A Exopulse Mollii Suit (EMS) é uma roupa neuromoduladora de corpo inteiro feita de lycra e equipada com 58 eletrodos estrategicamente posicionados, conectados a uma unidade de controle destacável. Desenvolvida pela EXONEURAL NETWORK AB, na Suécia, diferencia-se das terapias convencionais de estimulação (como TENS/NMES) por promover estímulo elétrico de baixa intensidade em grandes áreas corporais e pelo foco em mecanismos espinais inibitórios — especialmente para controle não invasivo da espasticidade em pacientes neurológicos. Suas principais indicações são casos em que medicamentos orais contra hipertonias crônicas não apresentam efeito suficiente ou causam efeitos adversos importantes.


Evidências científicas relevantes

Diversos estudos apontam redução de 20–30% nos escores da Escala de Ashworth Modificada (MAS) após sessões de 60 minutos em pacientes com AVC e esclerose múltipla, com o efeito persistindo por 24–72 horas [1], [6]. Em pacientes com esclerose múltipla, houve melhora nos testes Timed 25-Foot Walk e 9-Hole Peg Test após quatro semanas de uso diário, além do controle da espasticidade. Em fibromialgia, identificou-se redução de 30% na intensidade da dor após duas semanas, confirmada por alterações em ressonância funcional (fMRI) [3]. Entretanto, não há evidências de benefício superior ao de tratamentos convencionais (como toxina botulínica ou fisioterapia) para ganho motor sustentado, e os resultados são considerados transitórios [1], [4].


Mecanismos de ação

O principal mecanismo da Mollii Suit é a inibição recíproca na medula espinhal. Estímulos elétricos submáximos (1–25 mA, abaixo do limiar motor), aplicados em músculos antagonistas ao grupo espástico, ativam fibras nervosas Ia de grande diâmetro. Elas estimulam interneurônios inibitórios que reduzem a excitabilidade dos neurônios motores alfa no músculo espástico, minimizando a espasticidade sem provocar contrações. Outros mecanismos associados incluem:

  • Modulação do reflexo H: Desensibilização dos reflexos de estiramento, reduzindo hiperexcitabilidade da espasticidade.
  • Reorganização cortical: Prolongada estimulação sensorial pode promover neuroplasticidade nos córtices sensório-motores.
  • Bloqueio da dor (pain gating): Estímulo das fibras A-beta inibe a transmissão de sinais dolorosos na medula.
  • Recalibração proprioceptiva: Estímulos contínuos podem auxiliar na normalização do esquema corporal em AVC ou EM, melhorando planejamento motor indiretamente.

Diferente da eletroestimulação neuromuscular (NMES), esse método não visa recrutamento motor, e sim efeito neuromodulador global, alcançando até 40 regiões do corpo simultaneamente.


Benefícios potenciais e limitações

Benefícios potenciais evidenciados:

  • Redução imediata e significativa da espasticidade em diversos quadros neurológicos [1], [6].
  • Melhora em testes motores e de funcionalidade após semanas de uso contínuo.
  • Diminuição da intensidade da dor (especialmente em fibromialgia), com suporte em exames de imagem funcional [3].
  • Possível melhora na mobilidade, equilíbrio e atividades de vida diária, pela redução da resistência muscular.
  • Relatos pontuais de melhora no sono em crianças com paralisia cerebral, associada a menos espasmos noturnos [8].

Limitações reconhecidas:

  • Efeito é transitório (horas a poucos dias), exigindo uso frequente e associado à fisioterapia [4].
  • Ausência de comprovação de superioridade sobre terapias tradicionais ou de efeito sobre recuperação motora a longo prazo.
  • Tolerância variável, especialmente em populações pediátricas que demandam assistência para vestir/retirar o equipamento.
  • Lacuna de protocolos padronizados para posicionamento dos eletrodos entre diferentes condições.
  • Custo elevado para utilização domiciliar crônica.

Indicações, contraindicações e segurança

Principais indicações:

  • Espasticidade relacionada a AVC, esclerose múltipla, lesão medular incompleta (SCI) e paralisia cerebral (GMFCS I–III).
  • Dor neuropática e fibromialgia.
  • Pacientes ambulatoriais com espasticidade focal/multifocal refratária à terapia oral.

Contraindicações absolutas:

  • Dispositivos eletrônicos implantados (marcapasso, bombas intratecais, derivação VP).
  • Gestantes (falta de dados de segurança).

Contraindicações relativas:

  • Epilepsia não controlada.
  • Osteoporose grave.
  • Lesões cutâneas na área dos eletrodos.

O perfil de segurança é semelhante ao das terapias TENS, sendo eventos adversos geralmente leves, como irritação local em cerca de 5% dos casos. Não há eventos graves reportados em estudos clínicos relevantes [5].


Protocolos e prática clínica

O perfil ideal de paciente contempla aqueles com espasticidade moderada e capacidade ambulatorial preservada (EDSS ≤6,5). Os parâmetros recomendados incluem:

  • Intensidade: 5–25 mA (submotor).
  • Frequência: 50–100 Hz (predominante para espasticidade), pulsos bifásicos.
  • Duração: 30–60 minutos por sessão, diariamente por 2–4 semanas para indução; manutenção 3–5x/semana.

A efetividade é maximizada se associada à fisioterapia dentro da “janela terapêutica” das primeiras 24 horas pós-estimulação. O uso isolado é considerado menos eficiente. A triagem rigorosa para contraindicações e uso de escalas como MAS ou BBS antes e depois do uso é obrigatória para monitoramento objetivo do benefício.


Conclusão

A Exopulse Mollii Suit representa uma solução não invasiva para o manejo da espasticidade em pacientes com condições neurológicas selecionadas, proporcionando alívio sintomático temporário e segurança comprovada em estudos clínicos. Embora sua eficácia para reabilitação motora prolongada ainda não esteja comprovada, ela pode ser fundamental para potencializar os resultados da fisioterapia e oferecer maior autonomia ao paciente. Sempre converse com seu neurologista ou fisiatra para avaliar a indicação e condução mais adequada deste recurso na sua rotina de reabilitação.


Dr. Thiago Ribeiro Pires

Com quase duas décadas de experiência em reabilitação neurológica e uma atuação pioneira na integração entre ciência, tecnologia e cuidado humano, o Dr. Thiago Ribeiro Pires é hoje um dos principais nomes da fisioterapia avançada no Brasil. Formado pela PUC-GO em Fisioterapia, construiu sua carreira focado na recuperação funcional de pacientes com lesões neurológicas complexas, como AVC, paralisia cerebral, esclerose múltipla e lesão medular.

Dr. Thiago Ribeiro Pires

Com quase duas décadas de experiência em reabilitação neurológica e uma atuação pioneira na integração entre ciência, tecnologia e cuidado humano, o Dr. Thiago Ribeiro Pires é hoje um dos principais nomes da fisioterapia avançada no Brasil. Formado pela PUC-GO em Fisioterapia, construiu sua carreira focado na recuperação funcional de pacientes com lesões neurológicas complexas, como AVC, paralisia cerebral, esclerose múltipla e lesão medular.

À frente da Reabilitação Robótica Brasil, Dr. Thiago trouxe ao país tecnologias inéditas e altamente eficazes, transformando o cenário da reabilitação nacional:

  • Exoesqueleto Robótico (Infantil e Adulto) – permite que pacientes neurológicos voltem a experimentar o movimento correto da marcha com suporte robótico. No caso pediátrico, é o único exoesqueleto infantil disponível no Brasil, oferecendo às crianças com paralisia cerebral uma experiência segura, divertida e funcional de caminhar.
  • Exopulse Mollii Suit – traje de neuromodulação de corpo inteiro que reduz espasticidade, melhora a mobilidade e promove alívio da dor em condições como AVC, esclerose múltipla e paralisia cerebral.
  • Implante de Eletrodo Epidural – neuromodulação invasiva que reativa circuitos da medula espinhal em pacientes com lesão medular, possibilitando recuperação motora e alívio da dor crônica.
  • Luva Pneumática Robótica – dispositivo para reabilitação de mãos paralisadas por AVC ou lesão neurológica. Estimula mecanorreceptores da mão, reeducando o cérebro para retomar o controle motor.
  • Fisioterapia Neurofuncional Avançada – protocolos personalizados com realidade virtual, biofeedback, estimulação elétrica funcional e robótica, conduzidos por uma equipe de ponta, formada por profissionais com especialidades múltiplas (neurologia, ortopedia, pediatria, terapia ocupacional).

Todos os tratamentos são baseados em provas científicas robustas e alinhados às melhores práticas internacionais. Cada paciente é acompanhado com cuidado, tecnologia e precisão — desde o primeiro atendimento até a reabilitação completa.

Se você ou alguém que você ama está enfrentando desafios neurológicos e busca uma abordagem moderna, segura e eficaz, essa é sua oportunidade.

Agende agora sua avaliação com o Dr. Thiago Ribeiro Pires e descubra como a reabilitação de última geração pode transformar sua vida.


Referências

Qualitative Experiences of Mollii Suit in Pediatric Cerebral Palsy. Physiotherapy
Theory and Practice, 2021.

Effects of 60-Min Electrostimulation With the EXOPULSE Mollii Suit on Spasticity in
Neurological Disorders. Front Neurology, 2021.

Neuromodulation Garments for Gait Improvement in Cerebral Palsy: A Systematic
Review. Eur J Phys Rehabil Med, 2023.

EXOPULSE Mollii Suit for Fibromyalgia: A Randomized Crossover Trial. European
Journal of Pain, 2024.

Electrosuit in Neurological Rehabilitation: A PRISMA Review. Journal of
Neuroengineering and Rehabilitation, 2023.

International Consensus on Neurostimulation Safety. Neuromodulation, 2023.

Spasticity Management in Multiple Sclerosis: Systematic Review. Multiple Sclerosis
and Related Disorders, 2022.

Clinical Trial EXOSEP. ClinicalTrials.gov —
https://clinicaltrials.gov/ct2/show/NCT06702137


FAQ (Perguntas frequentes)

  1. A Mollii Suit substitui fisioterapia ou medicamentos para espasticidade?

    Não. Os estudos apontam que ela deve ser sempre usada como complemento à fisioterapia e, quando indicado, aos medicamentos.


  2. Qual a duração do efeito de uma sessão?

    Os efeitos são imediatos, com duração de 24–72 horas, exigindo uso repetido para manutenção dos resultados [1].


  3. Ela é indicada em todos os tipos de rigidez muscular?

    Não. Não há validação para rigidez de fundo parkinsoniano ou em paralisia supranuclear progressiva, onde o mecanismo não é relacionado à hiperreflexia espinhal.


  4. Quais são os principais riscos?

    Os riscos são leves, predominando irritação local em uso prolongado. É contraindicada em portadores de dispositivos eletrônicos implantados ou gestantes.


  5. Quanto tempo de uso por sessão é ideal?

    De 30 a 60 minutos. Sessões mais longas (>60min) não mostram benefícios adicionais significativos.


Leave a comment

newsletter

Fique por dentro da novidades!